Devaneio envolvendo amor

Talvez eu devaneie sobre outras coisas. No seu vídeo sobre as setes vozes que ficam tagarelando na mente de todos nós, a do professor racionalizando tudo é a que não me deixa em paz. Mas, eu tenho um devaneio grave há alguns anos e nunca procurei ajuda.

Para começo de conversa, eu sou gay. Há alguns anos, me dei conta de uma paixão por um amigo a princípio hétero de quem já fui bem próximo. Hoje somos menos próximos, mas não foi o fato eu ter confessado que era muito apaixonado por ele que nos deixou afastados. A amizade continuou praticamente normal, exceto por eu ser o lado romântico da "relação". Estamos menos próximos por obra do tempo mesmo, apesar de meu comportamento errático em relação a ele ter implicado em idas e vindas nesse tempo. E eu nunca deixei de devanear e nunca cortei o vínculo pra valer.

Eu considero que tivemos um "bromance" por uma fase de nossa amizade, antes que eu confessasse meus sentimentos, e meio que ficamos uma vez. Mas, eu sou muito reservado e, naquela época, era muito mais reservado ainda. Não consegui me soltar para além das carícias mais superficiais. Só que, desde então, eu quero me casar com ele, basicamente. Eu sei que é ridículo, mas é esse o meu devaneio, e é em torno disso que eu imagino coisas. E eu acho que isso é mais complicado pelo fato de haver coisas que eu especulo que são reais e outras que certamente são fantasia. O fato é que eu amo ele e não consigo parar de fantasiar, de imaginar e nem de gostar de outra pessoa. Eu sonho coisas (dormindo, digo) que literalmente espero se concretizarem. Eu sou completamente louco, mas que eu amo ele, tenho certeza.

Esses momentos de devaneio eu já notei que são muito fortes em situações de dificuldade iminente. Em uma viagem que fiz à Europa, por exemplo, me roubaram praticamente todo o dinheiro e eu lembro do grau de realidade que tinha o devaneio, que era uma forma de escapar do medo da situação hostil de não ter dinheiro pra comer e pagar hospedagem durante uma semana. No final, isso se resolveu. Não diria que esse tipo de situação é o padrão, mas é em momentos assim que sei que os devaneios são mais fortes.

Eu destacaria que tenho amigos, mas acho que as minhas amizades são mais para profundas do que para superficiais. Então, eu devo agradecer pelo tanto de amigos que tenho, na verdade, mas diria que tenho mais qualidade do que quantidade. Tipo amigos para a vida. O lado ruim disso é que não estou rodeado de gente o tempo todo. Então, tenho problemas de solidão, sim. E eu sou meio metido a intelectual, então, talvez, isso complique. Mas, tenho amigos, disso estou certo.

Agora, a vida amorosa é desastre. Embora eu seja reservado na vida sexual, com o tempo essa habilidade foi mais ou menos se desenvolvendo (mais para menos, na verdade). Mas eu sempre busco transar com pessoas de quem não sou próximo. Tenho muita dificuldade para estabelecer conexões amorosas até as mais bobas, as meio adolescentes. E já tenho 28.

Já há uns 6 anos que eu amo esse meu amigo e crio fantasias em torno disso. Eu tenho um sério problema, né?

Um problema é sim, mas não significa que a situação seja esquisita ou sei lá. Acredito que a maior parte das pessoas têm devaneios similares ligados a problemas mal resolvidos no amor, mesmo que normalmente finjam que não os têm, e eu me incluo nessa.

Oi, Maria. Sim, acho que tem um tanto de normalidade, tirando o fato de que é meio intenso. Eu mantenho tudo da forma mais doce, não tenho ressentimentos, mas parece que existe uma esperança que nunca morre e eu vou mantendo ela acesa, sabe? E, a partir disso, sonhando, sonhando...

Eu achei, no começo, que me abrir resolveria. Mas, ele tá cansado de saber e eu continuo amando. É muito esquisito, porque na minha cabeça é lógico que temos que ficar juntos em algum momento, de preferência logo. E ele simplesmente vive a vida dele, sempre tolerante com os meus sentimentos. Acho que é uma grande amizade, junto com uma admiração genuína por uma pessoa hiper importante pra mim, e que poderia ter passado da fase do amor. Mas, os devaneios vão retroalimentando os sentimentos.

Como eu não consigo sentir nada além de sentimentos nobres por ele (até a fase de morrer de ciúmes eu já superei), já entreguei pro tempo. Mas, ele tem sido cruel comigo...

Imagino que deva ser complicado, ainda mais que querendo ou não você viveu alguma coisa íntima com ele. nao procurou ajuda, mas agora está mais disposto a procurar depois do vídeo ? realmente atrapalha essas projeções de algo e principalmente em alguém. Tive problemas com isso e ainda tenho. Não no amor, e sim vida profissional e um possível futuro. chegava a ser o meu dia inteiro. forço minha mente pra enfrentar o problema na situação do agora, negando o estado de conforto do desvaneio. O que me ajudou muito foi a terapia, que é uma verdadeira transformação e a prática de meditação. Me sinto muito mais ligado no momento atual.

Outro ponto que vc falou tbm é sobre ta sempre racionalizando. Esses eu's são até importantes, mas é bom deixarmos em equilíbrio , pq acaba que nao conseguimos desempenhar certas coisas pq estamos pensando demais no que pode, ou nao pode, ou que talvez, aconteça ..pra mim vale mto mais a pena só ir, viver o momento e é claro pensando quando necessário.

Boa sorte, beijos e tenho certeza que vai melhorar .. vamos dar o nosso melhor, sem pressa e buscar ajuda quando nos n conseguimos lidar com certas situações. O tempo nem sempre cura tudo, mas usar e abusar dele de maneira transformadora sim.

Me identifiquei com você na parte em que disse esperar que de alguma forma os sentimentos que você sinta aconteçam. Meus devaneios não envolvem pessoas reais, mas são ligados a sexo e amor também: eu crio vidas com versões diferentes de mim e em uma me relaciono com um homem e em outra me relaciono com uma mulher, o que é um reflexo da minha bissexualidade. E apesar de já ter me conformado que eu não tenho esses relacionamentos ou que eu não vou vivenciá-los, eu continuo nutrindo alguma esperança de que isso vá acontecer. É estranho isso, ter consciência de uma coisa mas não conseguir viver com essa coisa... Essa mulher e esse homem são pessoas reais dentro da minha mente, e eu os amo muito. Quando tento ficar sem devaneiar, eu sinto até falta deles kkkkkk

batata rosada do universo escreveu:Me identifiquei com você na parte em que disse esperar que de alguma forma os sentimentos que você sinta aconteçam. Meus devaneios não envolvem pessoas reais, mas são ligados a sexo e amor também: eu crio vidas com versões diferentes de mim e em uma me relaciono com um homem e em outra me relaciono com uma mulher, o que é um reflexo da minha bissexualidade. E apesar de já ter me conformado que eu não tenho esses relacionamentos ou que eu não vou vivenciá-los, eu continuo nutrindo alguma esperança de que isso vá acontecer. É estranho isso, ter consciência de uma coisa mas não conseguir viver com essa coisa... Essa mulher e esse homem são pessoas reais dentro da minha mente, e eu os amo muito. Quando tento ficar sem devaneiar, eu sinto até falta deles kkkkkk

Tenho isso a anos, e assim como você, sempre com uma pessoa inventada. Por muitos anos foi com um homem e hoje com uma mulher. Para minha sorte eles estão diminuindo, às vezes forço para entrar na vibe de horas, como eu costumava ficar, mas consigo bem menos. Ambos foram muito reais pra mim e eu já desejei com todas as forças que eles fossem reais. Paralelamente a isso sempre nutri amores platônicos, esses todos por homens. Relações reais foram poucas e me envolvi muito pouco emocionalmente, penso que seja devido aos devaneios, que tomavam toda a minha afetividade...ainda assim penso que valha sempre a pena investir em amores reais, quando estou envolvida com alguém não tenho amores platônicos, mas os devaneios sempre estão presentes, pois tenho tendências fortes de idealização. É realmente um vício e uma válvula de escape...acho que meditação, terapia e maturidade emocional vão ajudando a colocar os pés no chão.

A parte amorosa sempre foi um problema para mim. Nos desvaneios sempre estive em relacionamento com pessoas inventadas e passava meses sonhando diferentes histórias ( de forma linear) com ela ou ele. E depois de um tempo algum gatilho externo fazia com que as características da pessoa mudassem e começava um novo relacionamento kk. Mas na vida real nunca tive interesse por ninguém ( olha que já passei dos 20 anos ) e sempre tentei ao máximo fazer com que os outros não se interessassem por mim. Por isso sinto que o “Eu” dos desvaneios é um tipo de personagem que criei para mim mesma, porq não condiz com minhas vontades no mundo real. Isso sempre me deixou triste ( causando crises de ansiedade) porq consigo viver em algo muito bom nos sonhos e no mundo real me afasto cada vez mais.

Eu também estou apaixonada por um amigo e também devaneio sobre uma relação entre nós dois, não tenho coragem de falar nada para ele (nem para ninguem ) até porque não somos tão proximos assim, e eu também sou muito reservada. ja faz um tempo que voce postou essa mensagem, encontrou alguma maneira de lidar com isso ? estou precisando de uma. abraços.

Eu também devaneio bastante quando se trata de relacionamentos, é como se eu criasse uma imagem perfeita da pessoa que eu gosto, tenho diálogos mas não consigo executar o mesmo na vida real. É muito estranho.

Acho q o maior problema de devanear com isso é que acabamos nos iludindo com uma certa imagem ou maneira com que as coisas vão acontecer, isso acaba aumentando nossas expectativas quando na verdade, a outra pessoa pode nem estar pensando em nos ( n querendo ser pessimista nem nada, mas n se apeguem tanto a essas ideias)

Enviado pelo Topic'it

Passo pela mesma coisa. Tenho um amigo próximo, já ficamos. Trocamos mensagens há dois anos.
Eu sempre digo que sinto falta dele e ele também, pede para eu ir vê-lo.
Só que eu só fico devaneando. Além disso, com os devaneios acabei criando um perfeccionismo com a realidade.
Eu penso "quando eu estiver de tal jeito vou encontrar ele, com tal empego, tal aparencia." ( sim, é triste nesse nível)
Então, sinto que eu criei uma espécie de aversão e até uma insegurança em relação à minha vida real por conta dos Devaneios.
É meio que quem veio primeiro sabe? O devaneio ou a vontade de aperfeiçoar a realidade.
Tenho 19 anos. Vou começar a faculdade agora, não tenho um trabalho...
Mas acredito na minha melhora. Acho que, minha mente me levou para lugares tão distantes, ela me ensinou tanto à pensar, criar, acreditar... que o realizar eu sei que posso fazer sozinha kkkkkk
Já perdi tantas coisas. É como um sentimento de inconformismo sabe? De 'não, eu não vou perder mais nada'.
E é nesse sentimento que eu vou me agarrar.

Depois de ficar quase dois meses sem devanear entrei em abstinência .É sempre do mesmo jeito,isso a anos:começo com pequenas escapadas de repente não resisto e vou de vez e por lá fico semanas as vezes meses,mal consigo dormir ,no trabalho fico completamente desligada faço tudo no automático, as vezes me sinto um robô. Já estou tão treinada que trabalho no caixa devaneando o tempo todo ,lógico as vezes faço alguma confusão mas nada tão grave,fico muito vulnerável quando estou assim minha psicóloga disse que fico congelada que me alsento emocionalmente....na realidade sempre estou ausente ,mas menos quando eu não estou devaneando. Acho que não consigo voltar porque me sinto muito culpada por ter cedido aos devaneios e a cada volta a minha realidade vai ficando cada vez mais difícil de enfrentar. Ultimamente a minha fantasia principal é com um homem que mal conheço é filho de uma amiga de minha mãe, me encantei por ele conversando com a mãe dele ela foi falando dele e eu fui me imaginando em várias situações românticas com ele me apaixonou por ela todo adaptado na minha imaginação, quando estou ao lado dele me sinto plena claro na minha imaginação por que na vida real me sinto estagnada parada sem conseguir viver .Voltando na minha imaginação onde eu estava completamente imersa no sábado passado descobri que ele estava numa festa de verdade e eu fui convidada mas eu estava tão envolvida no meu mundo imaginário que só vi o recado no dia seguinte. Lógico que ele não têm a menor ideia mas seria uma forma de enfrentar a realidade, a última vez que vi ele tentei uma conversa foi em setembro deste ano senti que ele achou estranho e é até então sempre o ignorei tenho consciência que é muito louco de minha parte. ..

Eu sempre tive devaneios, não me lembro quando começou e acontece praticamente 24 horas por dia. Desde criança eu me lembro de me imaginar na pele de uma personagem do sexo feminino, que revivia as mesmas coisas que eu, mas de uma perspectiva diferente. Na verdade, eu não era eu, e sim essa personagem. Ela era uma espécie de um eu alternativo, como se tivesse me substituído. Era ela filha da minha mãe, meus irmãos eram irmãos dela e eu era ela. Conforme eu ia crescendo, os pensamentos dela iam mudando, ela ganhou uma forma. Eu não via mais ela como eu, e sim como uma personagem de desenho animado: Daphne, acho que é assim que se escreve. Mas eu não era ela,, a Daphne. Eu apenas era como ela, tinha sua aparência e um pouco da sua personalidade, mas tinha a minha voz e, é claro, o nome que eu tinha dado a ela.
Bom, eu era criança e meu senso criativo não era bom com algumas coisas, e eu não fiquei escolhendo um nome para ela, simplesmente aconteceu. Seu, ou melhor, meu nome era Line, mas não se pronuncia laine. É Line, como se fosse aline sem a letra a.
O ano em que ela ficou com essas características foi 2003, o mesmo ano em que passava Scooby-Doo no SBT todo final de tarde. Eu tinha de 6 pra 7 anos e me imaginava dentro do desenho vivendo tudo que passava e criando situações na minha cabeça. Em 2004 eu dei um fim na Line. Afinal, eu estava crescendo e sou homem, não podia ficar pensando como se fosse mulher. Eu não fiz isso pra me livrar dos devaneios, até porque eu não tinha consciência deles.
Eu continuei devaneando. Sempre que eu via filme, desenho, novela e até jogos de vídeo game, eu ficava pensando como se eu tivesse lá. Isso durava praticamente o dia todo e durante todos os dias. Eu também gostava de me imaginar em mundos paralelos fictícios onde eu tinha poderes e tecnologias que não existiam no mundo real e que ninguém daquele mundo tinha. Isso foi até meus 10 anos.
Na minha adolescência, eu ficava imaginando coisas com meus amores platônicos, e tive muito, pois pelo fato de ser sempre isolado eu não tive amigos e, muito menos namorada.
Em 2016 eu já tinha 19 e havia um tempo que eu tinha decidido me afastar das pessoas por conta própria por não concordar com suas ideias e pensamentos. Minha crença em mundos paralelos ficou mais forte e comecei a sonhar com mundos e sociedades utópicas. Eu nunca tive um relacionamento amoroso então criei uma namorada chamada Emilly. Ela era um tipo de garota ideal, tinha 19 anos, cerca de 1, 65 m de altura, gostava das mesmas coisas que eu, tinha os mesmos pensamentos sobre as coisas, era perfeita. Eu me apeguei muito a ela.
Em julho de 2017 eu comecei a namorar com uma garota real, cujo nome eu prefiro não revelar. Nesse namoro nós sofremos bastante porque eu comparava muito ela com a Emilly e tentava molda-la para que ela ficasse perfeita como a Emilly era. Ela sofreu muito com isso porque eu tinha muito ciúme e corrigia tudo que ela fazia, sei que isso é muito errado, por isso dei um jeito de mudar. Já eu sofri porque não era do jeito que eu pensava que fosse, era completamente diferente, não era perfeito. Acabou que o relacionamento já era e os devaneios continuam

A maioria dos meus devaneios são relacionados ao mundo real. Meio que uma perspectiva diferente, 'como as coisas poderiam ser'.
Já cheguei a criar realidades bem malucas, lembro de uma claramente.
( no mundo real) Um garoto era popular na escola, amigo de uns amigos meus, mas ele era meio rude comigo, fazia piadas sem graça e por aí vai.
Eu comecei a criar um devaneio, de que eu era uma prima-irmã dele, e todos os amigos dele gostavam de mim. Ele me defendia. Eu era mais bonita, meus pais tinham mais dinheiro, eram bonitos e legais...
Esse foi um devaneio que me marcou bastante, não só pelo tempo que durou (por volta de 1 ano), mas pela análise que eu fiz entre ele e o mundo real. Eu percebi que, literalmente, meus devaneios refletem o mundo como eu queria que ele fosse. Parece óbvio mas, isso me ajudou muito a me conhecer melhor.
Quer dizer,
Qual adolescente não quer? Pais legais, ser popular, ser diferente e até um pouco superior, especial.
Eu acho que racionlizar um devaneio é algo interessante à se fazer. Escrever num diário tudo sobre um devaneio que você tem, tudo mesmo, sem ter vergonha de si.
Enquanto você lembra de cada detalhe pra escrever, seu cérebro vai avaliando tudo aquilo e, pelo menos pra mim, o devaneio se torna cada vez mais desinteressante, conforme eu escrevo e leio sobre ele.
Porque, no fundo, ele acaba se parecendo um reflexo das minhas sombras. De querer ser melhor ou superior, da avareza, mesquinhez, vaidade, da inveja da menina que é mais legal num ambiente e, no meu devaneio, eu torno ela quase que um ratinho. Até da Ira pelo mundo real.

Vocês devem buscar ajuda de um bom psicólogo.